terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Na luta pela sobrevivência


Os bastidores do início do tratamento da Aids nos EUA  é a melhor sacada do roteiro de O Clube de Compra Dallas

Acredito que muita gente vai ver O Clube de Compras Dallas , de  Jean-Marc Vallée , atraído pelas fotos de divulgação do filme que destacam as transformações sofridas por Matthew Mcconaughey e Jared Leto no processo de realização da produção. Mas uma coisa é certa: Clube de Compras Dallas está longe de ser um filme só de atores. A história retrata o início da pandemia de Aids nos Estados Unidos, com a história real de um doente que luta de modo incansável contra as autoridades para ter acesso ao melhor tratamento possível.

Conhecer o universo das vítimas do HIV em O Clube de Compras Dallas pode ser um soco no estômago. Matthew McConaughey, vencedor do Globo de Ouro de ator dramático, é  Ron Woodroof, um eletricista e participante de rodeios no Texas, heterossexual, homofóbico, libertino e viciado em cocaína, que recebe a notícia de que tem apenas 30 dias de vida depois de ser diagnosticado com HIV em 1985. Acreditando que os heterossexuais eram imunes ao problema, Woodroof se nega a tentar algum tipo de tratamento. Quando o prazo de validade dado pelos médicos está quase vencendo, Ron é atendido no hospital e conhece a Rayon (Jared Leto) em quem descarrega sua homofobia. Não demora e ele começa a sofrer preconceito – afinal, os “amigos” e conhecidos dele ficam sabendo que Ron está doente e, como ele, pensam que isso aconteceu porque ele é um “maldito gay”.  

Abandonado pelos amigos e sem ter apresentado grande melhoras com o AZT, que ele obtém ilegalmente em um hospital com a ajuda de um enfermeiro, ele descobre que um médico no México utiliza um coquetel de medicamentos e vitaminas muito mais eficaz contra a doença que o AZT, a única terapia então permitida nos Estados Unidos. O médico mexicano acredita que no lugar do AZT é muito mais eficaz a adoção de um coquetel de vitaminas, do zinco mineral, de aloé vera e ácidos graxos essenciais para fortalecer o sistema imunológico. Junto com esta receita, ele recebe o DDC, um antiviral ao estilo do AZT, mas muito menos tóxico. A melhora e o conforto causado pelo tratamento  mexicano leva Ron a criar o Clube de Compra Dallas, onde as pessoas contaminadas têm acesso aos mesmos medicamentos, que estão prolongado e salvado, por hora, sua vida. Não que ele seja um herói clássico, daqueles que se sacrifica por alguém ou por uma causa. Não. Inicialmente, ele está pensando apenas em sobreviver. Depois, em ganhar dinheiro. Ele vê que pode faturar alto com aqueles medicamentos menos tóxicos e proibidos.

O Clube de Compras é uma ideia genial.  Como Ron não pode vender os medicamentos. Ele cria o clube no qual os portadores de HIV recebem todos os medicamentos para a droga desenvolvidos nos quatro cantos do mundo, mediante o pagamento de uma mensalidade de 400 dólares. 

E nesta altura que a história ganha força, mais precisamente quando o governo começa a lutar contra os tratamentos fornecidos pelo Clube de Compras, exatamente por se julgar dona da razão e do melhor método de cura existente para a doença.  O filme ganha muitos pontos em discutir as relações discutíveis entre a poderosa indústria farmacêutica e os braços governamentais que definem o que pode ou não ser utilizado pelo povo para combater doenças.  Entra em cena outro elemento que é a “caça às bruxas” que o FDA (US Food and Drug Administration, responsável por aprovar alimentos e medicamentos para a comercialização nos EUA), faz não apenas contra Ron, mas contra qualquer indivíduo que tentasse distribuir medicamentos não aprovados no país. E é a luta de Ron contra a FDA que o transforma , sem querer, em um herói .Woodroof, que sobreviveu por sete anos à doença, nem sequer percebeu que era um pioneiro da batalha contra a Aids., uma doença nova contra a qual os médicos não sabiam o que fazer.

E tem as interpretações, onde se concentram  uma das qualidades do filme. Esqueçam o Matthew

Mcconaughey que se costuma ver comédias românticas. Aqui ele faz um trabalho formidável e que vai muito além da atuação física reforçada pelos diversos quilos que precisou perder.  Ele consegue com extrema competência e sensibilidade desconstruir seu personagem conforme sua saúde vai piorando e vai se transformando em uma espécie de herói para um mundo que antes seria meramente repugnante.

Jared Leto também impressiona pelo trabalho físico e a transformação ainda mais assustadora, porém reforça toda essa dedicação em uma atuação extremamente cativante daquelas, que fazem todos desejar a todo o momento um melhor entendimento entre os personagens e que ambos consigam ser felizes.

Quanto a direção do canadense Jean-Marc Vallée é precisa, ágil, sempre priorizando ação que impulsiona a história adiante, mas obedecendo o padrão hollywoodiano de introdução-desenvolvimento-conclusão.

O filme que estreia no Brasil para 21 de fevereiro, foi indicado ao prêmio da Academia em seis categorias, incluindo filme, ator para McConaughey e ator coadjuvante para Jared Leto, ambos vencedores do Globo de Ouro e do SAG (Sindicato dos Atores) por suas interpretações e favoritos em suas categorias.

 Clube de Compra Dallas ( Dallas Buyers Club)
EUA, 2013
Direção:   Jean-Marc Vallée
Elenco:Jared Leto, Jennifer Garner, Matthew McConaughey, Dallas Roberts,   Denis O'Hare
Estreia :21 de Fevereiro de 2014 ( Brasil )

terça-feira, 2 de julho de 2013

Um livro lindo de doer ou Caio Fernando Abreu além das redes sociais

 
A Vida Gritando nos Cantos  reúne um apanhado de crônicas publicadas nos anos 80 e 90,  com o autor falando sobre política e cultura, relacionamentos , AIDS, com pintadas de humor, nostalgia e sarcasmo.
“Parem o mundo que eu quero descer. Só um pouquinho. Não vai atrapalhar ninguém.
Deixa ei descer do mundo, que tá duro demais. Ou pelo menos descer do Brasil, que, se o mundo está duro assim, este país então está insuportável... Senhores comandantes desta coisa pobre, louca, doente e suja que nem sei mais se posso chamar “Brasil”. Vossas excelências sabem o que está acontecendo nesta terra. Parece que não. Os senhores nunca andam nas ruas? Não veem a cara das pessoas? Estou cobrando meus direitos; porque não está dando nem para comer, nem para vestir, nem para morar, e muito menos para sonhar. Aí fica mais grave, porque os senhores não têm o direito de matar sonhos. E não venham nos pedir mais paciência. Estamos muito machucados, explorados e enganados para ter essa coisa mansa chamada paciência...”
Não. Este texto não está nas redes sociais e nem tampouco é assinado por um dos milhares de manifestantes do movimento Vem Pra Rua.  Este texto integra o livro A Vida Gritando nos Cantos, uma compilação de crônicas escritas por Caio Fernando Abreu entre 1986 e 1996 – ano de sua morte - e publicadas juntas pela primeira vez em forma de livro pela editora Nova Fronteira no segundo semestre de 2012 e que  comprei na semana passada, movida por um impulso nostálgico, que me fez ter vontade  reviver os anos de faculdade e mesmo os meus tempos de redação de jornal, quando resenhava seus livros.
As crônicas que compõem esta antologia foram garimpadas no periódico paulista pelas pesquisadoras Liana Farias e Lara Souto Santana. O texto acima, Um Prato de Lentilha, representa maravilhosamente bem não somente esse nosso momento de protesto, mas o que a gente vem vivendo há tanto tempo neste Brasil que chega a entristecer. A crônica foi publicada em O Estado de São Paulo no dia 18 de fevereiro de 1987 e não poderia ser mais atual.   O título se refere a um texto de Brecht que dizia: “ Trazei primeiro um prato de lentilhas/ porque moral, somente depois de  comer”.
109 crônicas depois - Isso mesmo, eu contei – dá pare entender porque Caio Fernando Abreu é considerado por muitos um dos autores de maior expressão das décadas de 1970 a 1990. E não é para menos. Embora ele próprio tenha exclamado, em carta ao amigo José Márcio Penido, “Meu Deus, como sou típico, como sou estereótipo da minha geração”, o que escreveu não é absolutamente datado. Seus contos, crônicas, romances, poemas e peças de teatro transitam por temas altamente atuais, ao mesmo tempo em que abordam questões universais, atemporais. Não é à toa que a cada dia vêm ganhando novos fãs, das mais variadas idades, seduzidos por suas ideias e ideais.
O livro é lindo de doer – para usar uma expressão da geração do próprio Caio Fernando – e, por ser organizado de forma temporal, o leitor pode acompanhar a literatura confessional de Caio semana a semana. Está tudo lá: somos testemunhas de seu amadurecimento como artista e pessoa. O que ele gostava de ver, de ouvir, de ler.  Os assuntos são os mais diversos possíveis: o cotidiano paulistano, os trabalhos jornalísticos, os amigos loucos, as noites no Madame Satã, a solidão... tudo regado à MPB – nem a velha nem a nova, apenas MPB. São textos que cobrem no máximo duas páginas, que podem ser absorvidos sem dificuldades, cheio de referências.
É interessante acompanhar as aventuras do escritor pela noite de São Paulo aos 30 anos, falando de Anjos da Barra Pesada, de Beta, beta, Bethânia pedindo licença ao rock and roll para cantar o amor”. Anos depois, passeando por noites menos agitadas, já por conta do fantasma da AIDS, que nos primeiros textos sobre a doença é tratada com medo, ainda distante, e que, mais tarde se transforma em uma realidade feroz. É possível também acompanhar as mudanças – não tantas assim, a julgar pelo texto que abre esse comentário – do Brasil. Ditadura, Sarney, Collor, FHC... Está tudo lá, na dualidade real/ não real característica da crônica, que sempre quis ser literatura no mundo dos jornais e realidade na ficção. E neste contexto, Caio não é somente testemunho da realidade, autor, mas também personagem de sua própria literatura. Resultado: o leitão conhece melhor Caio F não somente como escritor, mas como pessoa, suas qualidades, defeitos, suas manias...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Um grande filme. Só que não




 Baz Luhrman investe tanto no brilho, nas festas e no clima dos chamados "anos loucos'' e esquece as sutilezas literárias de O Grande Gatsby

Não esperava muito da versão do cineasta australiano Baz Luhrman para “O Grande Gatsby”, o romance de F. Scott Fitzgerald que ficou famoso por mostrar como funcionava a vida da “geração perdida”, que dominou em parte a ficção norte-americana entre os anos 20 e 30. Luhrman já tinha exagerado nos maneirismos visuais e narrativos de ”Moulin Rouge - O Amor em Vermelho”. E também porque ele conseguira rasgar a aura sagrada de uma das mais célebres tragédias de William Shakespeare, com sua versão modernosa da história de amor mais conhecida do mundo, em Romeo + Juliet (1996).

Mesmo sem grandes expectativas, assistir a segunda adaptação para o cinema do romance clássico do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald (1896-1940), lançado originalmente em 1925, não é uma experiência das mais fáceis. Principalmente pelo fato de ter assistido a primeira, dirigida por Jack Clayton com o eternamente charmoso Robert Redford no papel-título.

O Gatsby de Luhrman é um grande filme. Só que não. O cineasta investe tanto no brilho, nas festas e no clima dos chamados "anos loucos'', que acaba negligenciando as sutilezas da obra literária em que foi beber. A produção fica há anos luz de distância da forma elegante, ainda que cruel com que Fitzgerald retrata os bastidores da alta sociedade nova-iorquina dos anos 20, na qual pontifica o triunfante e trágico “self made man” Jay Gatsby.

Diferentemente do livro e da conhecida adaptação de 1974 estrelada por Robert Redford e Mia Farrow, a história desta vez é contada em flashback pelo narrador, Nick Carraway (Tobey Maguire). Aspirante a escritor e corretor da bolsa de Nova York, Carraway vai passar o verão de 1922 na opulenta região litorânea de Long Island, onde sua prima, Daisy (Carey Mulligan), vive com o marido milionário, Tom (Joel Edgerton). A casa modesta alugada por Carraway é próxima ao palacete de Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio) figura excêntrica que fez fortuna de forma nebulosa.

 Enquanto a história é contada através do olhar deslumbrado de Nick, e o protagonista não entra em cena, o filme se sustenta, porque, de certa forma, compartilhamos a sua perplexidade, mas na medida em que o foco narrativo se desloca de Nick para se concentrar no amor obsessivo de Gatsby por Daisy, que o desprezou no passado por ser um pobretão, o filme descamba.

Baz Luhrmann banaliza a crise de valores e a crítica que Fitzgerald faz do sonho americano e passa longe de carregar os dramas pessoais de seus protagonistas sempre confrontados diante do estado de coisas do mundo em que vivem. O cineasta troca a força do contundente discurso do escritor por um cinismo que não satiriza criticamente, nem, muito menos, preserva a potência do livro de F. Scott Fitzgerald.

DiCaprio, que estrelou a versão do australiano para o drama de Skakespeare, evolui sensivelmente como ator e, como tal empresta a dignidade que falta ao projeto como um todo.
O ponto alto do filme é a introdução de Gatsby em meio a grande festa em sua mansão ao som de "Rhapsody in Blue", de George Gershwin, a melhor tradução dos loucos anos da década de 1920, a era do jazz. Carey Mulligan é bem mais interessante que Mia Farrow, mas Joel Edgerton fica devendo muito a interpretação de Bruce Dern. Tobey Maguire não decepciona.

Quem decepciona mesmo é o exagerado cineasta que em “O Grande Gatbsy” exagera até mesmo no figurino e na mistura de gêneros musicais na trilha sonora. Só mesmo Luhrman para misturar Beyoncé, will.i.am, Fergie, Lana Del Rey, Florence Welch, Emeli Sandé, The XX com o jazz dos anos 1920 e os irmãos George e Ira Gershwin.  O filme até se dá ao direito de fazer releituras de canções contemporâneas, como “Back to Black”, que ficou famosa na voz de Amy Winehouse. E de melindrosas dançaram na batida de Jay Z e Kanye West. No exagero sonoro, destaque para a música “Young and Beautiful”, da Lana Del Rey, que foi gravada especialmente para o filme e já entrou no topo do ranking da Billboard.

A fotografia - cheia de usos de zoom -, as luzes e a edição são exploradas em ritmo de videoclipe acelerado que não faz nenhum bem à história. Sem contar que as festas regadas a música eletrônica, mais parecem uma grande rave. Quem curte efeitos visuais, vai perder o fôlego em cada cena de “O Grande Gatsby”. A produção não economizou em computação gráfica. Cores explodem por todos os lados. Fogos de artifício, serpentinas, balões, flores, esculturas de jardim… Tudo é intenso, luxuoso e colorido.  F. Scott Fitzgerald merecia mais respeito.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Os vencedores do Oscar 2013

Filme: “Argo”, de Ben Affleck
Diretor: Ang Lee (“As aventuras de Pi”)
Atriz: “Jennifer Lawrence (“O lado bom da vida”)
Ator: Daniel Day-Lewis (“Lincoln”)
Atriz coadjuvante: Anne Hathaway (“Os miseráveis”)
Ator coadjuvante: Christoph Waltz (“Django livre”)
Roteiro original: “Django livre”
Amour2Roteiro adaptado: “Argo”
Filme estrangeiro: “Amor”, de Michael Haneke (Áustria)
Fotografia: “As aventuras de Pi”
Montagem: “Argo”
Figurino: “Anna Karenina”
Maquiagem e penteado: “Os miseráveis”
Documentário: “Searching for Sugar Man”, de Malik Bendjelloul
Longa de animação: “Valente”, de Mark Andrews, Brenda Chapman e Steve Purcell
Efeitos especiais: “As aventuras de Pi”
Trilha sonora: “As aventuras de Pi”
Canção original: “Skyfall”, de “007 — Operação Skyfall”, de Adele
Direção de arte (Design de produção): “Lincoln”
Curta-metragem de ficção: “Curfew”, de Shawn Christensen, “Paperman” (animação) e “Inocente”, de Sean Fine e Andrea Nix (documentário)
Mixagem do som: “Os miseráveis”
Edição de som: “007 — Operação Skyfall” e “A hora mais escura” (empate)

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Emmy 2012

Homeland" venceu no domingo (23) os Emmys de Melhor Ator e Melhor Atriz de uma Série Dramática, com Damian Lewis e Claire Danes. A série também foi premiada com Melhor Série de Drama e Melhor Roteiro de Série de Drama. "Mad Men", grande promessa da noite que poderia igualar o recorde de "Frasier", que em 1998 somou cinco estatuetas como Melhor Série de Comédia, ficou sem nenhuma prêmio.


Confira a lista completa dos vencedores do Emmy 2012, marcados em negrito.

Melhor série cômica

Modern Family


Melhor série dramática

Homeland


Melhor minissérie ou filme feito para TV

Game Change


Melhor ator em minissérie ou filme feito para TV

Kevin Costner - Hatfields & McCoys


Melhor atriz em minissérie ou filme feito para TV

Julianne Moore - Game Change


Melhor ator coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV

Tom Berenger - Hatfields & McCoys


Melhor atriz coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV

Jessica Lange - American Horror Story



Melhor programa de variedade, música ou comédia

The Daily Show with Jon Stewart



Melhor atriz em série dramática

Claire Danes - Homeland


Melhor ator em série dramática

Damian Lewis - Homeland



Melhor direção em série dramática

Tim Van Patten pelo episódio "To the Lost" - Boardwalk Empire



Melhor atriz coadjuvante em série dramática

Maggie Smith - Downton Abbey



Melhor roteiro em série dramática

Alex Gansa, Howard Gordon e Gideon Raff pelo episódio "Pilot" - Homeland



Melhor ator coadjuvante em série dramática

Aaron Paul - Breaking Bad



Melhor apresetador de reality show

Tom Bergeron - Dancing with the Stars



Melhor reality show de competição

The Amazing Race


Melhor atriz em série cômica

Julia Louis-Dreyfus - Veep


Melhor ator em série cômica

Jon Cryer - Two and a Half Men


Melhor direção em série cômica

Steve Levitan pelo episódio "Baby on Board" - Modern Family



Melhor atriz coadjuvante em série cômica

Julie Bowen - Modern Family



Melhor roteiro em série cômica

Louis C.K. pelo episódio "Pregnant" - Louie



Melhor ator coadjuvante em série cômica

Eric Stonestreet - Modern Family



Melhor atriz convidada em série dramática

Martha Plimpton - The Good Wife



Melhor ator convidado em drama

Jeremy Davies - Justified



Melhor atriz convidada em série cômica

Kathy Bates - Two and a Half Men



Melhor ator convidado em série cômica

Jimmy Fallon - Saturday Night Live

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A vida pode ser leve, apesar de tudo


Baseado em fatos reais “Intocáveis” é, muito bem costurado, tem atuações de primeira e um notável equilíbrio entre emoção e humor


"Intocáveis" (Intouchables), de Olivier Nakache e Éric Toledano foi o fenômeno absoluto de bilheteria na França em 2011, um dos filmes mais vistos na história do cinema francês, levando às salas de exibição mais de 20 milhões de pessoas. Garantia se sucesso no resto do mundo? Não necessariamente.  Fenômenos comerciais, como “A Riviera Não É Aqui” (2008) e “Os Visitantes” (1993), passaram quase batidos em outros países. Os americanos, por exemplo, preferiram assistir ao horrível remake hollywoodiano de “Os Visitantes” do que ver o original.

Com “Intocáveis”, a história é outra. Talvez por conta do gênero cinematográfico. Comédias francesas sempre foram melhores do que filmes de ação. “Intocáveis” é uma comédia? A julgar apenas pela sinopse do filme a resposta é não. Afinal, no centro da história – baseada em fatos reais – está um tetraplégico. Vitimado por um acidente com parapente, ele se vê obrigado a contratar um cuidador, que vem a ser um vigarista de primeira. Digamos então que o filme está mais para uma tragicomédia do que comédia. A verdade é que “Intocáveis” apresenta uma versão otimista sobre as limitações e desafios vividos pelos dois personagens principais e é, ao mesmo tempo, humanista, tocante e muito engraçado. Tudo bem que a produção tenha uma vocação para o politicamente incorreto, mas tem o mérito de ser conduzida num tom surpreendentemente justo.

Não conheço ninguém que tenha assistido ao filme e feito um comentário negativo sobre o mesmo. Elogios não faltam e foi essa propaganda boca-a-boca que levou a produção a se transformar em campeã de bilheteria. Todos se encantam com a história de Philippe (François Cluzet, excelente). Ele é o aristocrata parisiense que fica tetraplégico depois de um acidente. Sua condição exige que ele tenha um cuidador quase em tempo integral, mas, por conta de seu temperamento explosivo, os contratados duram muito pouco tempo na posição. Até que entra em cena Driss (Omar Sy, vencedor do César de melhor ator por seu desempenho), um jovem de origem senegalesa que vive na periferia da capital francesa. Driss, na realidade quer apenas um atestado para solicitar auxílio desemprego do governo. O jovem é recém-saído da prisão, e tem uma conduta no mínimo suspeita. Mesmo assim, Philippe o contrata e os dois passam a desenvolver um vínculo forte, marcado pela soma de valores e descobertas valiosas mediante conflitos de dois mundos distintos.

Logo na primeira cena os espectadores são levados à adrenalina com a dupla. Driss está dirigindo um automóvel de luxo velozmente e no banco ao lado está Philippe. Os amigos são perseguidos pela polícia e nesta cena percebe-se a profundidade da amizade entre os dois. A cena apenas é um quadro introdutório que será explicado à medida do desenrolar da história.

A falta de experiência de Driss no trato de pessoas com deficiência é compensada pela alegria de viver, a espontaneidade e a rebeldia do cuidador. Assim ele faz com que seu patrão saia da posição de vítima e repense sua vida. O encontro também acaba mexendo com os valores de Driss, que passa a prestar mais atenção a sua família e a assumir responsabilidades antes desimportantes para ele.

O que mais chama a atenção no filme é a ênfase dada a superação das fraquezas de cada um através da amizade. No gênero de drama, o filme poderia enfatizar o sofrimento de um homem condenado à cadeira de rodas e de um pobre sem teto. Ao invés disso, Philippe proporciona um lar, trabalho, família e condições para uma vida mais digna a Driss, enquanto este auxilia com bom humor no resgate de sonhos e da autoconfiança que o Philippe perdeu após seu acidente.

As cenas cheias de humor e diversão servem para abordar o lado humano dos dois protagonistas. Philippe escreva cartas de amor platônicas para uma correspondente e é encorajado por Driss a ligar e tornar seu amor real. Driss leva o milionário para passear ao redor da orla da cidade de madrugada, um gesto altruísta para com alguém que tem seus movimentos e dias limitados a quatro paredes de sua mansão. Esses e outros fatos emocionam e dão uma lição de como pequenas atitudes e trocas sinceras de experiências podem fortalecer e desenvolver grandes amizades.

O filme tem ainda o mérito de funcionar como uma excelentre crônica parisiense. Um retrato da França contemporânea, multicultural e em processo de transformação por conta da forte presença de imigrantes no país. Tudo bem que os personagens do filme não saiam da esfera da caricatura, que a empatia entre os dois extremos que o filme desperta não resista a um choque de realidade. E que ele desfile as melhores caricaturas de anedotas e personagens que a gente vê e escuta todos os dias. Quando a piada é boa, é possível rir toda vez que é contada. O fato, na verdade não diminui a força do filme que está mais para a diversão do que para análises sociológicas. E como diversão, funciona bem à beça.

 

 

 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Produtora executiva de "Dexter", Sara Colleton disse em entrevista ao site TV Guide, que a oitava temporada da série deve ser a última. A sétima temporada da trama protagonizada por Michael C. Hall começa  no dia 30 de setembro nos Estados Unidos.
"Queríamos que a série terminasse neste ano, mas o Showtime nos convenceu de que seria melhor fazermos isso em dois anos. De uma certa forma, este é um final em duas temporadas. Estamos trabalhando nisso, e já sabemos como vai terminar. O próximo ano, definitivamente, será o último de 'Dexter'", disse Colleton.