Homeland" venceu no domingo (23) os Emmys de Melhor Ator e Melhor Atriz de uma Série Dramática, com Damian Lewis e Claire Danes. A série também foi premiada com Melhor Série de Drama e Melhor Roteiro de Série de Drama. "Mad Men", grande promessa da noite que poderia igualar o recorde de "Frasier", que em 1998 somou cinco estatuetas como Melhor Série de Comédia, ficou sem nenhuma prêmio.
Confira a lista completa dos vencedores do Emmy 2012, marcados em negrito.
Melhor série cômica
Modern Family
Melhor série dramática
Homeland
Melhor minissérie ou filme feito para TV
Game Change
Melhor ator em minissérie ou filme feito para TV
Kevin Costner - Hatfields & McCoys
Melhor atriz em minissérie ou filme feito para TV
Julianne Moore - Game Change
Melhor ator coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV
Tom Berenger - Hatfields & McCoys
Melhor atriz coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV
Jessica Lange - American Horror Story
Melhor programa de variedade, música ou comédia
The Daily Show with Jon Stewart
Melhor atriz em série dramática
Claire Danes - Homeland
Melhor ator em série dramática
Damian Lewis - Homeland
Melhor direção em série dramática
Tim Van Patten pelo episódio "To the Lost" - Boardwalk Empire
Melhor atriz coadjuvante em série dramática
Maggie Smith - Downton Abbey
Melhor roteiro em série dramática
Alex Gansa, Howard Gordon e Gideon Raff pelo episódio "Pilot" - Homeland
Melhor ator coadjuvante em série dramática
Aaron Paul - Breaking Bad
Melhor apresetador de reality show
Tom Bergeron - Dancing with the Stars
Melhor reality show de competição
The Amazing Race
Melhor atriz em série cômica
Julia Louis-Dreyfus - Veep
Melhor ator em série cômica
Jon Cryer - Two and a Half Men
Melhor direção em série cômica
Steve Levitan pelo episódio "Baby on Board" - Modern Family
Melhor atriz coadjuvante em série cômica
Julie Bowen - Modern Family
Melhor roteiro em série cômica
Louis C.K. pelo episódio "Pregnant" - Louie
Melhor ator coadjuvante em série cômica
Eric Stonestreet - Modern Family
Melhor atriz convidada em série dramática
Martha Plimpton - The Good Wife
Melhor ator convidado em drama
Jeremy Davies - Justified
Melhor atriz convidada em série cômica
Kathy Bates - Two and a Half Men
Melhor ator convidado em série cômica
Jimmy Fallon - Saturday Night Live
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
A vida pode ser leve, apesar de tudo
Baseado em fatos reais “Intocáveis” é, muito bem
costurado, tem atuações de primeira e um notável equilíbrio entre emoção e humor
"Intocáveis" (Intouchables), de Olivier Nakache
e Éric Toledano foi o fenômeno absoluto de bilheteria na França em 2011, um dos
filmes mais vistos na história do cinema francês, levando às salas de exibição
mais de 20 milhões de pessoas. Garantia se sucesso no resto do mundo? Não
necessariamente. Fenômenos comerciais,
como “A Riviera Não É Aqui” (2008) e “Os Visitantes” (1993), passaram quase
batidos em outros países. Os americanos, por exemplo, preferiram assistir ao
horrível remake hollywoodiano de “Os Visitantes” do que ver o original.
Com “Intocáveis”, a história é outra. Talvez por conta do
gênero cinematográfico. Comédias francesas sempre foram melhores do que filmes
de ação. “Intocáveis” é uma comédia? A julgar apenas pela sinopse do filme a
resposta é não. Afinal, no centro da história – baseada em fatos reais – está um
tetraplégico. Vitimado por um acidente com parapente, ele se vê obrigado a
contratar um cuidador, que vem a ser um vigarista de primeira. Digamos então
que o filme está mais para uma tragicomédia do que comédia. A verdade é que “Intocáveis”
apresenta uma versão otimista sobre as limitações e desafios vividos pelos dois
personagens principais e é, ao mesmo tempo, humanista, tocante e muito engraçado.
Tudo bem que a produção tenha uma vocação para o politicamente incorreto, mas tem
o mérito de ser conduzida num tom surpreendentemente justo.
Não conheço ninguém que tenha assistido ao filme e feito
um comentário negativo sobre o mesmo. Elogios não faltam e foi essa propaganda boca-a-boca
que levou a produção a se transformar em campeã de bilheteria. Todos se
encantam com a história de Philippe (François Cluzet, excelente). Ele é o aristocrata
parisiense que fica tetraplégico depois de um acidente. Sua condição exige que
ele tenha um cuidador quase em tempo integral, mas, por conta de seu
temperamento explosivo, os contratados duram muito pouco tempo na posição. Até
que entra em cena Driss (Omar Sy, vencedor do César de melhor ator por seu
desempenho), um jovem de origem senegalesa que vive na periferia da capital
francesa. Driss, na realidade quer apenas um atestado para solicitar auxílio
desemprego do governo. O jovem é recém-saído da prisão, e tem uma conduta no
mínimo suspeita. Mesmo assim, Philippe o contrata e os dois passam a
desenvolver um vínculo forte, marcado pela soma de valores e descobertas
valiosas mediante conflitos de dois mundos distintos.
Logo na primeira cena os espectadores são levados à adrenalina
com a dupla. Driss está dirigindo um automóvel de luxo velozmente e no banco ao
lado está Philippe. Os amigos são perseguidos pela polícia e nesta cena
percebe-se a profundidade da amizade entre os dois. A cena apenas é um quadro
introdutório que será explicado à medida do desenrolar da história.
A falta de experiência de Driss no trato de pessoas com
deficiência é compensada pela alegria de viver, a espontaneidade e a rebeldia
do cuidador. Assim ele faz com que seu patrão saia da posição de vítima e
repense sua vida. O encontro também acaba mexendo com os valores de Driss, que
passa a prestar mais atenção a sua família e a assumir responsabilidades antes
desimportantes para ele.
O que mais chama a atenção no filme é a ênfase dada a
superação das fraquezas de cada um através da amizade. No gênero de drama, o
filme poderia enfatizar o sofrimento de um homem condenado à cadeira de rodas e
de um pobre sem teto. Ao invés disso, Philippe proporciona um lar, trabalho,
família e condições para uma vida mais digna a Driss, enquanto este auxilia com
bom humor no resgate de sonhos e da autoconfiança que o Philippe perdeu após
seu acidente.
As cenas cheias de humor e diversão servem para abordar o
lado humano dos dois protagonistas. Philippe escreva cartas de amor platônicas
para uma correspondente e é encorajado por Driss a ligar e tornar seu amor
real. Driss leva o milionário para passear ao redor da orla da cidade de
madrugada, um gesto altruísta para com alguém que tem seus movimentos e dias
limitados a quatro paredes de sua mansão. Esses e outros fatos emocionam e dão
uma lição de como pequenas atitudes e trocas sinceras de experiências podem
fortalecer e desenvolver grandes amizades.
O filme tem ainda o mérito de funcionar como uma
excelentre crônica parisiense. Um retrato da França contemporânea,
multicultural e em processo de transformação por conta da forte presença de
imigrantes no país. Tudo bem que os personagens do filme não saiam da esfera da
caricatura, que a empatia entre os dois extremos que o filme desperta não
resista a um choque de realidade. E que ele desfile as melhores caricaturas de
anedotas e personagens que a gente vê e escuta todos os dias. Quando a piada é
boa, é possível rir toda vez que é contada. O fato, na verdade não diminui a
força do filme que está mais para a diversão do que para análises sociológicas.
E como diversão, funciona bem à beça.
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Produtora executiva de "Dexter", Sara Colleton disse em entrevista ao site TV Guide, que a oitava temporada da série deve ser a última. A sétima temporada da trama protagonizada por Michael C. Hall começa no dia 30 de setembro nos Estados Unidos.
"Queríamos que a série terminasse neste ano, mas o Showtime nos convenceu de que seria melhor fazermos isso em dois anos. De uma certa forma, este é um final em duas temporadas. Estamos trabalhando nisso, e já sabemos como vai terminar. O próximo ano, definitivamente, será o último de 'Dexter'", disse Colleton.
"Queríamos que a série terminasse neste ano, mas o Showtime nos convenceu de que seria melhor fazermos isso em dois anos. De uma certa forma, este é um final em duas temporadas. Estamos trabalhando nisso, e já sabemos como vai terminar. O próximo ano, definitivamente, será o último de 'Dexter'", disse Colleton.
segunda-feira, 3 de setembro de 2012
Bob Dylan em primeira audição
Tempest, que tem lançamento
marcado para o dia 11 é o 35º disco de Bob Dylan e a obra com a qual ele celebra
50 anos de música
Sempre
acreditei que Bob Dylan deveria ser indicado para receber o Prêmio Nobel de
Literatura. E sempre fui alvo de curtição de amigos, que alegavam que eu era
(sou) mais do que fã de Dylan, uma verdadeira groupie (fanática). Em 2008,
quando Dylan recebeu o Prêmio Pulitzer especial por "seu profundo impacto
na música popular e na cultura americana através de canções de extraordinário
poder lírico e poético", me senti vingada das brincadeiras dos amigos.
Lavei a alma. Para completar, esse ano, a importância cultural da obra de Bob
Dylan foi reconhecida pelo governo americano. Ele recebeu a "Medalha da
Liberdade", maior honraria do país concedida a um civil.
Na
semana passada, último dia de agosto, integrei a lista da legião de fãs que
entraram no site www.listentobobdylan.com
e encontraram um mapa com lugares estratégicos nos EUA e em outros nove países
(Austrália, Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Holanda, Suécia, Reino Unido e
Brasil) para ouvir uma seleção de canções de "Tempest", o 35º álbum
de estúdio de Bob Dylan que tem lançamento oficial marcado para 11 de setembro
nos Estados Unidos. A seleção podia ser
ouvida em streaming por meio de dispositivos móveis. Não resisti e comprei o
disco antecipadamente no iTunes.
O
disco serve para reforçar minha admiração por esse senhor de 71 anos que não dá
nenhum sinal de pensar em aposentadoria. A lenda do folk americano não somente
lança o disco de inéditas, o primeiro desde "Together Through Life",
de 2009, como anunciou 32 shows em grandes arenas, entre outubro e novembro,
com a participação especial do ex-Dire Straits Mark Knopfler. Vale lembrar que
Dylan e Knopfler já trabalharam juntos em dois discos de Dylan, “Slow train
coming”, de 1979, e “Infidels”, de 1983.
Voltando
a “Tempest”. O disco foi produzido por Jack Frost, um dos muitos pseudônimos
usados por Robert Allen Zimmerman. Dylan usa o nome como produtor de seus
próprios álbuns desde "Love and theft", de 2001. Coincidentemente
também lançado no dia 11 de setembro. E Antes mesmo de ouvir as músicas em
streaming no site listentobobdylan.com, já conhecia algumas canções do
disco. No começo de agosto a Columbia
Records tinha liberado “Early Roman Kings”, para trilha sonora do comercial da
segunda temporada da série americana “Strike back” da HBO (no Brasil, a série
faz parte da programação do canal Maxprime, do grupo HBO). A música tem o tom
irônico de algumas canções de Dylan e uma abordagem pra lá de bluseira.
A
nova temporada do seriado estreou no dia 17 de agosto nos Estados Unidos, e
nesta mesma noite o canal a cabo trouxe ao mundo um trecho de “Scarlet Town”, segunda canção
revelada de “Tempest”. “Scarlet Town” lembra vagamente o
clima sombrio de “Nettie Moore”, de Modern Times e canções de Leonard Cohen.
É
interessante lembrar que a parceria de Dylan com séries e filmes é cada vez
mais recorrente. Em 2005, Dylan gravou “Tell’ O’ Bill” para o filme “Terra
Fria”, de Charlize Theron. Dois anos depois, lançou “Lucky You” para a trilha
sonora de “Bem Vindo ao Jogo”, estrelado por Drew Barrymore. Em 2003, a música
“Cross the Green Mountain” apareceu na trilha sonora do filme de guerra “Deuses
e Generais”.
Outra
amostra grátis de “Tempest” foi
apresentada em forma de videoclipe e chama-se "Duquesne Whistle", A
canção é um Folk-blues nostálgico que ganhou uma versão cinematográfica
violenta, no melhor estilo “Cães de Aluguel”, de Quentin Tarantino. No clip um
rapaz com ares de stalker, tenta flertar com uma moça que ele sempre espera
sair do escritório. E paga o preço desta ousadia - além do desprezo da garota.
Duquesne
Whistle", ou "o apito do Duquesne", remete ao nome de um trem de
passageiros da Pensilvânia (a canção tem de fato um balanço ferroviário), e a
referência à localidade Carbondale (Illinois) molda uma trajetória pela memória
do Meio Oeste americano. A canção foi escrita em parceria com Robert Hunter, um
conhecido letrista de "bluegrass" e ex-integrante da banda Grateful
Dead. Hunter também participou do álbum “Down in the Groove” (1988) e “Together
Through Life” (2009). E o videoclipe
foi dirigido por Nash Edgerton (que dirigiu antes "Beyond Here Lies
Nothin?", também de Dylan). A guitarra que faz contraponto à voz cada vez
mais enfumaçada de Dylan é a de Mark Knopfler.
No
site criado pela Columbia Records foi possível ouvir as 10 músicas do disco que
totalizam pouco mais de 70 minutos de canções. O álbum parece temático e fala
basicamente de amor e morte. Além da comentada "Duquesne Whistle", a
faixa-título é uma representação de quase 14 minutos do desastre do Titanic,
com direito a citar Leonardo Di Capprio, que protagonizou a versão de James
Cameron para o desastre naval. Esta não é a primeira vez que o cantor faz
referência a uma estrela em suas letras. Em "I shall be free", ele
cita nomes como Brigitte Bardot, Anita Ekberg e Sophia Loren. E em
"Motorpsycho Nightmare", Dylan fala de Tony Perkins e do filme
"La Dolce Vita".
Em “Roll On John”, ela fala
sobre o assassinato de John Lennon. Dylan relata o que imagina ter sido os
momentos finais de Lennon, inclusive sua experiência física de morrer, “até o
último suspiro”. Triste e comovente, principalmente para quem considera Lennon
e Dylan ícones do rock and roll. Na música ainda há memória de Dylan de dois
jovens amigos muito chapados em uma limusine.
“Long and Wasted Years” também chama a atenção por mostrar um
Dylan falando de anos destilando uma balada linda em que o protagonista
pede desculpas a seu amor para ferir seus sentimentos. Ele admite que usa
máscaras para esconder seus olhos, porque "Há segredos em que eles não
podem disfarçar". A música é o oposto de Pay In Blood, que Dylan encarna
o demônio, aparece arrogante e ameaçador, prometendo pagar com sangue, mas não
o dele.
É preciso escutar mais, fazer novas e longas leituras, mas a princípio
pode se dizer que “Tempest” éimpressionante, mesmo falando de temas que estao
eternamente na obra do cantador: perda, catástrofe, assassinato. Aos 71 anos,
ele mantém a esperança nas graças salvadoras de coragem, amor e amizade são
notavelmente familiar neste século. No comando da linguagem, o bardo americano
continua inegualável. E se “Tempest” for mesmo o último registro musical de
Dylan (afinal ele tem a voz de um senhor de 71 anos), deixa como legado sua
empatia ímpar, sua capacidade de habitar seus personagens, entender suas
motivações e fazê-los de carne e osso através da música.
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